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ICONOGRAFIA DAS TRADIÇÕES: UM OLHAR SOBRE O PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL ARQUEOLÓGICO DOS PETRÓGLIFOS DO BISNAU


Publicado em 04 de abril de 2024.

Iconografia das Tradições: um estudo a cerca da arte rupestre formosense com vistas à criação de um banco de imagens, em suas Partes I, II e III, acolhe um conjunto de projetos de pesquisa representativo da força de uma investigação inter- e multidisciplinar, na qual o diálogo de diversas áreas do saber promove a preservação da memória e do Patrimônio Material e Cultural da pré-história de Formosa (Goiás). Esse olhar múltiplo foi lançado, especificamente, sobre o Sítio Arqueológico do Bisnau, um dos mais importantes vestígios arqueológicos do município goiano pertencente à presença humana no Planalto Central brasileiro e à própria aventura humana no continente americano.

Edson Borges, artista visual e professor de Artes no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), do campus Formosa, pelo que parece, foi conquistado pela beleza de uma das artes rupestres mais antigas da região, assim como pela incógnita do que representam os traços e figuras presentes no Lajedo do Bisnau (GOPA-001, de acordo com registro do IPHAN). Essas imagens, que possuem datação de até 10.000 AP (Antes do Presente), são testemunhas das sucessivas migrações deixadas por diferentes grupos humanos que passaram e viveram na região, sendo estes os primeiros habitantes do cerrado.

O livro que se segue é resultado de três pesquisas realizadas pelo Programa Institucional de Bolsas Iniciação Científica – Ensino Médio (PIBIC-EM) no IFG e com estudantes do Ensino Médio de dois cursos técnicos de tempo integral em Saneamento e em Biotecnologia. As pesquisas orientadas pelo professor Edson, que contaram com o apoio de bolsas do CNPq e da própria instituição, possibilitaram o ingresso no mundo da ciência e promoveram a formação acadêmica de Michele Rodrigues e Luiza Cruz, na “Parte I” do projeto em 2017 e 2018, de Gabriel Silva, na “Parte II”, em 2018 e 2019 e, por fim, de Guilherme Souza, na “ Parte III”, nos anos de 2022-2023, conjuntamente autores dos trabalhos aqui apresentados. Além deste grupo, durante esses anos articulou-se uma diversa rede de colaboradores que trabalharam direta ou indiretamente nos estudos.

Os relatórios produzidos durante o período, a partir de aportes técnicos e teóricos desde diferentes campos do saber como a Arqueologia, Artes, Antropologia, História, Informática, Geologia, Turismo e Matemática, contribuem para a constituição de registros metódicos das imagens do Bisnau realizados nos últimos 40 anos por outros pesquisadores (MENDONÇA DE SOUZA, FERRAZ, MENDONÇA DE SOUZA, 1979; FINAMOR VANDERLEI, 2000).¹ Ademais da proposta da preservação das imagens rupestres, diversos temas envolvem a produção e a existência desses vestígios no município de Formosa. Entre as questões que os estudos abordam, um em especial nos chama a atenção e causa incômodo: o desgaste progressivo dos petróglifos verificado nas últimas décadas, o que indica que esse importante patrimônio material está ameaçado e precisa urgentemente de políticas públicas de preservação. Destacamos dois outros pontos destas pesquisas, agora positivos: a capacidade de fomento da Educação Patrimonial junto à comunidade formosense e a preservação detalhada desse patrimônio cultural.

Por fim, para além da leitura desse livro, incentivamos ao leitor interessado em conhecer melhor o sítio arqueológico, a acessar o Blog Arqueologia Formosa, produzido a partir destas pesquisas e no qual, para além dos resultados apresentados acima, é promovida a integração entre academia e sociedade por meio de uma visita virtual e interativa ao Bisnau.


Luís Cláudio Rocha Henriques de Moura